quarta-feira, 26 de março de 2014

ARQUITETURA PARA MOMENTOS DE CAOS

O arquiteto japonês Shigeru Ban, vencedor do Pritzker 2014



Desenhar instalações provisórias para populações que enfrentam o caos após um desastre natural, como terremotos e tsunamis ou para quem vive os tormentos da guerra em campos de refugiados. Esse é o trabalho do arquiteto japonês Shigeru Ban, que usa bobinas de papel ou bambu, entre outros materiais tradicionais, para erguer seus projetos. Graças à qualidade de sua arquitetura, alguns desses projetos em vez de temporários se tornam permanentes.

Pavilhão para a feira de Hannover em 2000


Essa semana ele foi laureado com o Prêmio Pritzker, o mais prestigiado prêmio de arquitetura da atualidade. É um bom sinal reconhecer o trabalho humanitário de Ban, mas também nos preocupa: para onde estamos indo?

Centre Pompidou, em Metz, na França



O que esse prêmio significa para além da arquitetura? A humanidade que vive momentos difíceis desde a história antiga, mas parece que o caos - que vagamente ganha uma cobertura consistente na mídia - está merecendo tratamento de urgência.


sexta-feira, 14 de março de 2014

Prêmio IDEA Brasil

Autorio: nem só de bike emprestada viverão os grandes centros urbanos no futuro próximo



Essa semana fui convidado para integrar o grupo de jurados do Prêmio IDEA Brasil, a etapa brasileira de um dos prêmios de design mais importantes do mundo.

Pufes Boiling: módulos com design orgânico



Nessa primeira fase, os jurados tiveram que avaliar mais de 200 produtos para classificação da segunda fase. Essa etapa tomou três dias de minha vida em frente do computador, mas valeu a pena ver – em primeira mão – como anda a criatividade de nossos designers.

Transporte hidroviário: nova estética para as barcas que fazem travessias. Os usuários merecem.





Como o design desse começo do século 21 vai muito além da forma e função estabeleci alguns critérios para aprovar ou eliminar cada um dos inscritos. Levei em consideração o bom desenho aliado à sustentabilidade, interesse social, novos materiais e inovação. Parabéns a todos que participaram.

Conjunto de vasos Curva: formas fluidas 

domingo, 9 de março de 2014

Vera Forever

Vera Fisher: uma lenda viva e musa eterna

Adorei o que o Xico Sá escreveu sobre Vera Fisher, nossa deusa platinada, e o destrato público de gente que não tem a mínima condição de ficar calado quando o momento pede. Mas o problema é que Vera é um acontecimento. Até aí tudo bem, mas tirar proveito de um porre de carnaval e fazer comentários ridículos é, no mínimo, ridículo. A caravana passa e o cães ladram. Uma frase antiga, mas que ainda diz muito sobre nós humanos. Viva Vera. Sempre!

Tela de Dona Nelson, artista que participa da Bienal do Museu Whitney

Como gosto de arte e procuro saber o que ela nos diz sobre o tempo em que vivemos estou sempre de olho na crítica. O assunto do momento é a Bienal do Whitney (Museum) em Nova York. A fotografia persiste em ser a plataforma para alguns artistas nesse começo do século. De acordo com o repórter Silas Marti, da Folha de S. Paulo, a mostra tenta plasmar um retrato da América em mutação. 

Cate Blanchett em Blue Jamine de Woody Allen


Seja como for, a fotografia sempre faz um registro instantâneo. Vou dar uma olha com calma no trabalho dos artistas que fazem parte da Bienal e tentar fazer uma leitura. Será o declínio do império americano? Uma coisa Blue Jasmine?

Os atores Patrick Stewart e Ian McKellen numa foto de Annie para a Vanity Fair



Por enquanto, observo – sem cansar – o livro da fotógrafa Annie Leibovitz, editado pela Taschen, com fotos memoráveis de celebridades, em especial, as publicadas pela revista Vanity Fair. Um luxo em todos os sentidos.

Barco desenhado pela arquiteta Zaha Hadid: um ícone da NOVA?


Mas voltando ao assunto arte recentemente fui pautado para participar de uma revista para o qual o tema principal era o pós-contemporâneo. Relutei de início, pois não acredito em nada que se chama pós. O pós é somente uma ideia de catalogar e explicar o que ainda está por vir. É como observar o efeito que uma pedra faz sobre a superfície de um lago. Literalmente, é apenas marola. Acho que depois do contemporâneo vem o NOVO: tudo relacionado à tecnologia, inovação ,conexão, comunhão e comunicação. Portanto, nada de pós isso ou aquilo.

O pensador Ivan Mizanzuk


Nessa mesma revista, o Ivan Mizanzuk – um filósofo do design ou um designer filósofo – conseguiu capturar o zeitgeist. Ele acredita que pós-contemporâneo, a vanguarda vai ceder espaço ao individual. No lugar de correntes artísticas, a exposição pública de um criador caminhará lado a lado com sua arte, sem regras e inúmeras possibilidades.  Acabaram as vanguardas e correntes artísticas. Agora é cada um por si e Deus por todos.


sábado, 8 de março de 2014

O que aprendi a gostar nessa vida

Quando eu era criança gostava de observar as pessoas, a rua, os objetos e perceber as mudanças sutis que naturalmente acontecem ao longo do dia, seja a mudança do tempo, o adiantado das horas, a luz e, principalmente as oscilações emocionais e de atitude. Talvez por isso tenha escolhido como profissão o jornalismo. E com essa história de especialização (isso é tão ultrapassado, uma obsessão do século 20) acabei escrevendo sobre interiores, design, arquitetura e arte. O mundo da casinha.
Nesse primeiro instante gostaria de compartilhar (adoro essa palavra, mais do que uma expressão é uma atitude do século 21) várias imagens que povoam o meu cotidiano por conta do trabalho. Espero que vocês gostem.
A SkyScraper City em Dubai nos Emirados Árabes
A poltrona Gala criada pelo estúdio Nada se leva para a Brentwood
Graveto, óleo sobre tela, 2012, do jovem artista Rodrigo Bivar
Croqui Carne Seca do estilista mineiro Ronaldo Fraga
Cena do espetáculo Quase Normal no Teatro FAAP
O Atomium, impressora 3D de alimentos, imaginada pela brasileira Luiza Silva para o Electrolux Design Lab.

O futuro é logo ali. Se o presente é tudo o que temos, o futuro é só uma imaginação. Portanto, ele pode ser bem melhor do que hoje. E será!